Kamilla M.
Parecia apenas mais um oponente que não representaria nenhuma ameaça. Obviamente, havia um pouco de tensão no ar. Era um jogo decisivo. Era tudo ou nada. Era a vitória ou a volta para casa.

O jogo se inicia. No primeiro tempo, o Brasil tinha maior posse de bola e, apesar de "pequenos erros", estava enérgico e com sede da vitória. Aos nove minutos do primeiro tempo, o gol: Felipe Melo deu um lindo passe em profundidade para Robinho. O atacante brasileiro bateu de primeira na saída e fez 1 a 0. À partir daí, ficamos mais confiantes.
A torcida brasileira vibrava e a torcida holandesa apenas assistia.
A vitória era quase certa.
Segundo tempo, estranhas reações. A seleção brasileira já não parecia tão energética quanto no primeiro tempo. Sede de vencer ainda tinha, mas algo de errado estava acontecendo. Erravam os passes, davam abertura para a Holanda, não obtiveram muito sucesso. A Holanda parecia estar mais motivada, parecia ter percebido que (por algum motivo) a seleção brasileira estava cometendo erros notáveis. Então, a infelicidade: após cobrança de falta pela direita, Sneijder cruzou a bola na área, Júlio César saiu mal do gol e Felipe Melo tocou com a cabeça na bola, colocando-a nas próprias redes. Foi o primeiro gol contra do Brasil na história das Copas. Agora, havia o empate. Ambas as seleções estavam buscando, portanto, uma mudança no placar para não ir para a prorrogação (ou para os pênaltis). Mas foi depois de uma cobrança de escanteio de Robben, aos 23 minutos, que os europeus chegaram à virada: Kuyt desviou de cabeça e Sneijder, também com a cabeça, acabou marcando o segundo gol para a Holanda. Comemoração de uns e tristeza de outros: agora o Brasil corria contra o tempo para evitar a derrota. Eram apenas pouco mais de 20 minutos para redefinir esta história e continuar na jornada em busca do hexa. O desespero tomou conta dos torcedores e dos jogadores. Felipe Melo cometeu uma falta violenta no jogador Robben e foi expulso. As coisas estavam ficando cada vez mais complicadas. O gol não saía, o cansaço físico e emocional estava aumentando, o tempo parecia estar passando muito rápido e agora a seleção estava com um jogador à menos. Foram 3 minutos de acréscimo (um pouco mais de agonia e coração na mão para o torcedor brasileiro). Apesar de toda a luta em busca de ao menos um empate e mais uma oportunidade para prosseguir, o apito final veio aos 48 minutos com o triste resultado: 2 x 1. Brasil perde para a Holanda nas quartas de final e volta para casa, sem o hexa...


A derrota é algo difícil de aceitar, ainda mais em competições desse tipo. São dezenas de seleções em busca de um título, de uma vitória mundial. Todos em busca da vitória, todos dando o máximo de si pela sua pátria, todos ultrapassando limites, todos superando obstáculos.
Não é fácil, sabemos disso. Se, apenas torcendo, já ficamos com o coração na mão, imagina eles que estão alí, com toda aquela adrenalina, cara a cara com o oponente.

Não tem como encontrar um único culpado pela derrota. Foi apenas má sorte.
Mas futebol é isso. Há momentos de vitória e momentos de derrota.

Saber lidar com a vitória é fácil. Saber lidar com a derrota é uma virtude. A vida continua, minha gente. Se não foi dessa vez, bola pra frente.
Quem sabe o sonho do hexa possa se realizar daqui à 4 anos...





Texto e comentários elaborados por mim
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